A fazenda dos Paulos definha a olhos vistos entre o pinhal ermo e a lagoa de Corrocovo. O gado, o vinho e o milho mal chegam para encher os armazéns locais, quando Mariano se vê hesitante em mecanizar a lavoura. Se ao menos Hilário, seu filho, desse provas do seu interesse pela manutenção da casa, a antiga premonição de ruína da família avistar-se-ia longe. A fome e a miséria grassam assim na terra estéril da aldeia, mas nada travará o avanço da lógica de mercado e concorrência, que tudo arrasta.
Carlos de Oliveira
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