Com um estilo narrativo, descritivo e convincente, Sánchez Adalid gera uma tensão constante, forjando uma obra que se sente próxima e compreensível.
Na nobre cidade de Jerez de los Caballeros, na Extremadura espanhola, nasce no século Luis María Monroy Villalobos, segundo filho de uma família ilustre. Os seus primeiros anos são marcados pela ausência do avô, prisioneiro d’o Turco, e do pai, que combate como capitão num terço da armada imperial. Quando o progenitor falece, em cumprimento da sua última vontade, Luis María iniciará a sua formação como cavaleiro ao serviço do imperador em Belvís, Oropesa e Jarandilla de la Vera. Será pajem do mesmíssimo rei D. Carlos V, descobrirá o seu grande talento e paixão pelo canto e pela viola de mão e, apadrinhado por um familiar, o conde de Oropesa, entrará ao serviço do novo rei D. Felipe II no famoso terço de dom Álvaro de Sande, em Milão.
A vida apaixonante do cavaleiro Monroyé o fiel reflexo de uma época tão fascinante quanto complexa, a do esplendor do império hispânico dos Áustrias, a mesma de Lopede Vega e Cervantes. Mas o protagonista do romance em breve descobrirá que os ideais cavaleirescos e religiosos, a música e a poesia, a pátria e a honra, devem conviver inevitavelmente com a crueldade da guerra, com a fome que assola o povo e, por vezes, com a iniquidade dos seus governantes.
Jesús Sánchez Adalid
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