Ler é essencial ao amadurecimento espiritual da pessoa — esta é a mensagem central do novo e inesperado texto do Papa, um justo hino à leitura e um convite oportuno a um envolvimento ativo dos cristãos, e especialmente dos sacerdotes, com o mundo da cultura. Francisco, que chegou a lecionar a cadeira de Literatura numa instituição jesuíta na Argentina, fala do livro como uma escola da escuta, que ensina a ver o mundo pelos olhos de outros, trabalhando, desse modo, a empatia, condição base da compaixão e da misericórdia. A literatura e, muito particularmente, a poesia têm, defende o Papa, o condão de nos proporcionar vislumbres do Transcendente, orientando o coração para o Autor por excelência: Deus. Por tudo isto, esta carta é um apelo a que o Cristianismo, religião do Livro, seja também uma religião dos livros.