UMA FACETA MENOS CONHECIDA, MAS IGUALMENTE FASCINANTE, DE UM DOS MAIORES GÉNIOS DA LITERATURA PORTUGUESA.
AS REFLEXÕES DE FERNANDO PESSOA SOBRE O MUNDO DOS NEGÓCIOS, DA ECONOMIA, DAS FINANÇAS, DO DESENVOLVIMENTO E DA GESTÃO PESSOAL.
A Gestão Segundo Fernando Pessoa permite não só conhecer o fascínio do escritor pelos assuntos da gestão, das finanças, do marketing e da publicidade, como também retirar importantes lições para o presente sobre as características do gestor português ou da organização da nossa economia.
Estão aqui reunidos 76 textos repartidos em seis grandes capítulos: Gestão e Organização; Ideias Económicas; Indústria; Técnicas Comerciais; Publicidade, e Desenvolvimento e Gestão Pessoal. O sétimo e último capítulo reúne devaneios do escritor e inclui alguns textos bem-humorados que têm como ponto de partida as reflexões sobre milionários e burlões. Aliás, diria o poeta, em tom satírico: «Nunca nenhum homem se tornou milionário pelo trabalho árduo ou inteligência.»
Fernando Pessoa idealizou, a partir de uma posição económica liberal de influência britânica, um programa de desenvolvimento e industrialização assente na organização, inspirado nos exemplos norte?americano e alemão, e nas exportações. Por exemplo, no seu texto, «Como organizar Portugal», insurge-se contra as correntes dominantes, afirmando que «o industrialismo sistemático, sistematicamente aplicado, é o remédio para as decadências de atraso, e, portanto, o remédio para o mal de Portugal».
É, portanto, uma obra obrigatória, ao longo da qual acompanhamos o pensamento do autor sobre estes temas e cuja leitura continua a ser de uma imensa atualidade.
«Fui sempre fiel, por índole, reforçada por educação ? a minha educação é toda inglesa ?, aos princípios essenciais do liberalismo, que são o respeito pela dignidade do Homem e pela liberdade do Espírito, ou, em outras palavras, o individualismo e a tolerância, ou, ainda, em uma só palavra, o individualismo fraternitário.»
Fernando Pessoa
«Não obstante a Poesia, a Literatura, a Verdade Transcendental, (…) Portugal terem sido os grandes motivos da vida e da obra do poeta, o certo é que ele tinha uma excelente formação económica».