Partindo da música e da literatura, João Tordo regressa ao ensaio, com um conjunto de textos onde explora a relação humana com a espiritualidade e a religião, assim como o medo que nos limita, o optimismo que nos impele, a melancolia que nos afunda e a possibilidade da alegria e da comunhão.
«Não é o medo da Morte uma expressão de vida?» que fazer da vida, e que sentido tem ela, quando a Morte é um facto consumado para todos nós? Após o falecimento da sua avó, o escritor João Tordo encontrou o fio de luz que une as reflexões contidas neste livro: a sombria, intangível, inevitável, e por vezes até cómica, presença da Morte na vida. Partindo da música e da literatura - e da relação destas com o Sublime -, João Tordo regressa ao ensaio com um conjunto de textos nos quais explora a relação humana com a espiritualidade e a religião, assim como o medo que nos limita, o optimismo que nos impele, a melancolia que nos afunda e a possibilidade da alegria e da comunhão.
«Essa contradição interna do ser humano - não encontrar lógica na existência, porque a Morte derrota-a, e ao mesmo tempo continuar ligado à vida - é mais propriamente aquilo a que Aristóteles chamava espanto ou assombro. Se, no início, o Homem se maravilhava diante dos fenómenos mais simples - imaginemos o hominídeo do Paleolítico Superior, com cara de Homer Simpson, a vislumbrar um eclipse, de boca aberta e olhos esbugalhados -, mais tarde, esse espanto transforma-se em pergunta, e a pergunta em dúvida. Entramos no território do pathos, que nos faz questionar o que somos, a razão pela qual aqui estamos e, sobretudo, pela qual permanecemos.»
João Tordo
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