Tomás Franco mudou-se para a cidade há 10 anos para escrever e fugir de uma infância lacerada por uma tragédia, mas também para perseguir a história do seu avô, Pierre Lacroix, um escritor outrora premiado, fugido de França durante a Segunda Guerra, e do qual ninguém quer falar.
No entanto, nada corre como esperado, e tudo o que encontra são noites que passam como clarões, camas geladas, a agonia do silêncio e da solidão, empregos precários. Até que conhece Leonor, uma rapariga envolta em mistério que lhe muda o destino.
No Porto, França, Flórida, ou Marrocos, Tomás Franco persegue a literatura proibida e indecente, os passos dos escritores imortais, enquanto caminha sobre a ténue linha que separa as personagens dos livros das reais. O amor impossível e visceral, a paixão como doença, apartamentos assombrados trancados para sempre, a aparição de uma figura do passado, as diferentes versões de nós próprios, a finitude da vida.
“Muitas vezes penso no que teria acontecido se nunca tivesse ligado a Leonor. A vida teria sido diferente, teria tomado outro rumo. Se calhar, teria sido um falhado, teria vivido uma existência solitária no Porto em vez de ter explorado o mundo, teria sido livreiro em vez de escritor, teria envelhecido entre aquelas paredes até me começar a mijar nas calças sem reparar, teria sofrido menos.”
É esta uma história de amor?